11.12.09

Dicionário de Filosofia - Sociologia

Sociologia - ( ingl. Sociology; franc. Sociologie; al. Soziologie). É a ciência da sociedade, entendendo-se por sociedade o campo das relações intersubjetivas. O termo foi criado em 1838 por A. Comte para indicar "a ciência de observação daos fenômenos sociais"(Cours de phil. positive, IV, 1838) e é usado atualmente para todo tipo ou espécie de análise empírica ou teoria que concerne aos fatos sociais, isto é, as efetivas relações intersubjetivas, em oposição às "filosofias" ou "metafísicas" da sociedade que pretendem ilustrar, independentemente dos fatos, e uma vez por todas, a natureza da sociedade como um todo. Indubitávelmente, observações úteis e decisivas, no campo socia, sempre foram feitas na história do pensamento ocidental, e foram incluídas especialmente na ética e na política. Contudo, tais observações não constituiam uma disciplina autónoma, dotada de uma metodologia específica; começaram a constituí-la com Comte somente.

Podem-se distinguir dois conceitos fundamentais da S., que se seguiram no tempo, a saber: 1. a S. sintética( ou sistemática) tendo como objeto a totalidade dos fenomenos sociais a pesquisar em seu conjunto, isto é, em suas leis; 2. a S. analítica, tendo por objeto grupos ou aspectos particulares dos fenômenos sociais e que procede, a partir deles, para generalizaç˜eos, condizentes com eles. Nesta segunda fase, a S. fragmenta-se numa multidão de orientações de pesquisa, e tem uma certa dificuldade em reencontrar sua unidade conceitual.

1. A S. nasceu com Comte como sistema, isto é, como determinação da natureza da sociedade, em seu conjunto, através da determinação das leis da mesma. Nessa fase, a S. tenta organizar-se analogamente à física newtoniana: como lei que traça, através de leis rigorosas, uma ordem necessária, além do desenvolvimento, também necessário, desta ordem. Portanto Comte chamava a S. de física social e via a primeira parte da mesma no estudo da ordem social, isto é, na estática e sua segunda parte no estudo do progresso social, isto é, na dinamica (cours de phil positive, IV, pág. 292). Além disso, Comte atribuía S. a mesma função que se reconhece às outras ciências depois de Bacon: a de dominar em proveito do homem os fenômenos de que tratam. Consequentemente a S. teria a função de "perceber nitidamente o sistema geral das operações sucessivas, filosóficas e políticas, que devem libertar a sociedade de sua falta tendência à dissolução iminente e conduzi-la diretamente a uma nova organização, mais progressista e mais firme do que aquela que repousava na filosofia teológica"(Ibid., IV, pág. 7). A sociocracia (v.) seria assim o efeito inevitável da fundação da S. como ciência, Ainda que isentando a S. desta tarefa de fundação de uma nova humanidade. Spencer conservou-lhe o caráter sistemático. Segundo Spencer ela é uma ciência descritiva que visa determinar as leis da evolução superorgânica, isto é, as leis que regulam o progresso do organismo social. Neste sentido, a S. é o estudo da ordem progressiva da sociedade como um todo (Principles of Sociology, 1876, I). Este conceito inspirou a primeira organização da S. em todos os países do mundo. Aceito por W. G. Summer( Folkways, 1906) na América; por Wundt(Volkerpsychologie, 1900) com nome de psicologia dos povos, na Alemanha, ele foi constantemente dominado pelo princípio de evolução, adotando em seu sentido otimista de progresso necessário; princípio que inspirou também algumas pesquisas sociológicas particulares que ficaram clássicas( como, p. ex., as de E. Westermark sobre a Origem e desenvolvimento das idéias moderais, 1906-1908). Mas a maior realização da S. é talvez o Tratado de S. geral.



(ESTA INCOMPLETO, TERMINO QUANDO REGRESSAR DE VIAGEM)