30.11.07

Maus tratos a animais na China

Se você 'não tiver' estômago, veja no vídeo o que alguns chineses tem coragem de fazer.
Se você 'tiver' estômago, pense se teria coragem para tamanha crueldade.
Isso é pra mostrar que o Índice de Desenvolvimento Humano da China está no vermelho, vermelho sangue. Aumente o volume e ouça a agonia.

27.11.07

As 10 Casas mais Caras do Mundo

A revista norte-americana Forbes fez uma lista das dez casas mais caras de todo o planeta. O Castelo de Bran, no centro da Romênia e ligado à lenda do príncipe Vlad Tepes, que inspirou o vampiro Drácula, é o segundo imóvel mais caro do levantamento.

O castelo, construído em 1212, foi avaliado pela revista em US$ 140 milhões. A quantia é justificada pelos analistas pelo retorno que o local pode gerar a um potencial proprietário.

O castelo romeno foi posto à venda pela Baytree Capital, em nome de Dominic de Habsburgo, filho da princesa Ileana da Romênia, depois que a propriedade foi devolvida à família pelas autoridades romenas, no ano passado.

Conforme um acordo com o Ministério da Cultura romeno, o Castelo de Bran, o segundo edifício mais visitado da Romênia após o Castelo de Peles em Sinaia, deverá conservar a função de museu até 2009.

Situado perto de Brasov, no centro da Romênia, foi construído pelos cavaleiros da Ordem Teutônica no princípio do século XIII e durante a Idade Média serviu para defender a rota comercial entre a Transilvânia e a Valáquia.

O príncipe Vlad, o Empalador, inspiração histórica do personagem fictício Drácula, utilizou o castelo com fins militares várias vezes durante seu reinado, no século XV.

Os colonos alemães de Brasov, que compraram o castelo no final do século XV, presentearam o prédio à rainha Maria da Romênia em 1918. Ela o transformou em residência e o deixou de herança para a filha Ileana.

Castelo do Drácula ficou em segundo lugar, avaliado em US$ 140 milhões

No topo da lista da Forbes está uma propriedade em Beverly Hills (Califórnia, EUA), avaliada em US$ 165 milhões, que pertenceu ao empresário da imprensa William Randolph Hearst. O imóvel possui 29 quartos e 40 banheiros. No "currículo" do imóvel, está ter sido usado para o filme 'O Poderoso Chefão', em 1972.

Casa à venda mais cara do mundo sai por US$ 165 milhões. Mansão pertenceu ao magnata William Randolph Hearst.

Em terceiro lugar aparece a Updown Court, uma mansão localizada no sudoeste de Londres, maior que o palácio de Buckingham, residência da rainha da Inglaterra. O imóvel, avaliado em US$ 138 milhões, possui um cinema com 50 lugares.

Terceiro lugar da lista ficou com casa de US$ 138 milhões, que está localizada no sudoeste de Londres.

A quarta casa mais cara da lista da Forbes vale US$ 135 milhões e está localizada em Hala Ranch, Aspen, Estado americano do Colorado. A residência é de propriedade do príncipe Bandar bin Sultan bin Abdul Aziz, ex-embaixador da Arábia Saudita nos Estados Unidos.

Quarta casa mais cara do mundo vale US$ 135 milhões e está localizada em Aspen, EUA


Na quinta colocação da lista está uma casa em Palm Beach, Flórida, que custa US$ 125 milhões. Em 2004, o empresário Donald Trump comprou o palácio do empresário americano Abe Gosman em leilão por US$ 41,25 milhões. A residência, com vista para o mar, é chamada Maison de L'Amitie.

Quinta casa mais cara está em Palm Beach, Flórida, e custa US$ 125 milhões.

A sexta casa mais cara da Forbes é uma mansão localizada em Lake Tahoe, no estado norte-americano de Nevada. O local, avaliado em US$ 100 milhões, possui uma adega com capacidade para 3,5 mil garrafas. Sexta casa mais cara é de Joel Horowitz, co-fundador da Tommy Hilfiger.

Sexta mais cara está localizada em Lake Tahoe, Nevada, Estados Unidos.

Na sétima colocação aparece uma residência de 64 quartos, em Istambul, capital da Turquia. O imóvel também foi avaliado em US$ 100 milhões.

Sétima casa mais cara está na Turquia e custa US$ 100 milhões.

À venda pelo mesmo preço, uma mansão em Moscou, com academia de ginástica e sauna, aparece na oitava colocação.

Oitava casa custa US$ 100 milhões e fica em Moscou.

Em nono lugar aparece mais uma residência na capital inglesa, no bairro de Hampstead. O lugar possui escadaria e elevador panorâmico e está avaliado em US$ 99 milhões.

Nona colocada é uma mansão localizada em Hampstead, Londres, avaliada em US$ 99 milhões.

Fechando a lista da Forbes aparece uma mansão no estado de Nova York, com campo de golfe, e que está a venda por US$ 75 milhões.

Décima casa mais cara do mundo tem lagos e campo de golfe.

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Se eu tivesse que escolher uma, ficava com a última pelo campo de golfe :p

Smelly Cat - Blog de Cartoons

Eis um blog muito bom sobre cartoons! O Smelly Cat! Eu particularmente sou fã de cartoons, tanto desenho animado, quanto tirinhas, quando charges, etc. Gostei bastante do blog, confiram ;)

20.11.07

Discografia Cazuza (solo) - Download

Após a discografia do Barão Vermelho disponibilizada neste mesmo blog, agora posto a do Cazuza solo, após sair do Barão. Abraços a quem tiver braços!

Exagerado - 1985 - Download
Só se for a dois - 1987 - Download
Ideologia - 1988 - Download
O tempo não pára ao vivo - 1988 - Download
Burguesia - 1989 - Download
Por Aí - 1991 - Download

Senha para todos: roulette

19.11.07

Nirvana - Discografia


Pra quem é fã de Nirvana, tá aí a discografia. Não vou escrever nada porque no google tem tudo que vocês precisarem saber. Se alguém achar interessante, compre o livro "Heavier than Heaven", eu tenho, já li, e recomendo para fãs e não fãs. Kurt era um artista de mão e cabeça cheia, mas que pena que conheceu Courtney Love, eu acho que ela foi um atraso na vida dele, porque eles brigavam muito, e quando isso acontecia ele abusava mais das drogas, o que o levava à maior depressão. Mas mesmo assim, talvez por terem um filho juntos e ele tentasse se recuperar em clínicas, não acho positivo que ele tenha conhecido ela, mas ele era um semi-deus na musica, mesmo assim. Enfim, o livro custa de 40 a 50 reais, e é bem completo, conta a história desde o nascimento à morte, e tem a carta e todos os detalhes e hipóteses coerentes de sua morte. Quanto ao resto da banda, não há nada a dizer. Krist continua tocando com sua banda pela eurásia, e Dave Ghrol, pelo mundo, com o Foo Fighters.

Para fazer o download clique aqui ou :
http://rapidshare.com/users/TYEC6C

13.11.07

Janis, Jim, Jimi, Kurt, Brian...

Quem serão os próximos? Todos aos 27.

Jimi Hendrix - 27/11/1942

Causa da morte: Sufocado com o próprio vômito.
O garoto negro e canhoto, que é considerado o melhor guitarrista de todos pela maioria dos músicos, que solava até com a boca, traduzia seu estilo e personalidade através de seus solos de guitarra, e da união mais "arroz com feijão" da técnica com a tecnologia, fazendo microfonias e ficando pra história. Jimi usava drogas consideradas convencionais : maconha, cocaína, heróina(que ironia), e LSD. Apesar disso, Jimi morreu sufocado com o próprio vômito por ter tomado um tranquilizante vendido sem requerimento de prescrição e de consumo incentivado.

Janis Joplin - 19/01/1943

Causa da morte: Overdose.
Saiu de casa aos 17 e cantava em bares em troca de bebida. Apesar de viver rodeada de pessoas ela se sentia solitária, e num belo dia resolveu visitar um país desconhecido por ela, até então, o Brasil. Rio de Janeiro, Carnaval de 1970. Janis fazia top-less na praia de Copacabana e quase foi presa. Existem algumas fotos dela no Brasil.

Jim Morrison - 08/12/1943


Causa da morte: Mistério: overdose ou parada cardíaca?
Jim estudava cinema na Universidade da Califórnia, na qual um dos seus colegas foi o grande Francis Ford Coppola. Ele amava cinema e literatura, escrevia poesias, e publicou livros(The Lords - 1969, The Lords and The New Creatures - 1970, An American Prayer - 1970). Sua obra poética é estudada em universidades americanas. Sua vida virou filme, e sua música continua nova, inspiranto muitos jovens e rockeiros de bom gosto, como se fossem recém lançadas.
(Fábio é mais graduado pra falar de Jim Morrison, sei que vai querer escrever algo aqui logo que voltar do Rio)

Kurt Cobain - 20/02/1967

Causa da morte: Suicídio(mas a quantidade de heroína detectada era muitas vezes maior do que a necessária para causar várias overdoses).
Sua mãe disse que ele queria entrar para o clube dos estúpidos, dos três citados acima. Kurt se drogava desde moleque e sempre teve dons artísticos muito aguçados, em todas as áreas imagináveis.
Fazia filmes trashes e caseiros cheios de efeitos especiais, pintava a óleo, tocava bateria,guitarra e piano, fazia de belas bonecas infantis objetos macabros de decoração para seus apartamentos cheios de sujeira, além de desenhar muito bem desde que tinha 6 anos.
O Nirvana veio ao Brasil em 93, e Kurt estava ansioso para completar sua coleção de discos do Mutantes.

Brian Jones - 1942

Causa da morte : Mistério (no filme sobre a vida de Brian Jones e o começo dos Rolling stones, o qual não lembro o nome, a história narrada é que o caseiro, ao se drogar pela primeira vez, afoga Brian Jones na piscina de sua casa por ele não tê-lo pago o que devia). (?)
Um dos fundadores da banda Rolling Stones, Brian tocava vários instrumentos. A fama veio com a grana, e isto pesou demais nele, porque tudo o levava às drogas, que ele usava incessantemente. Brian foi despedido dos Stones semanas antes da sua morte, em 69.

12.11.07

Paulo Autran recitando Carlos Drummond


Como parte da minha viagem ao Rio de Janeiro espero, solene, encontrar com a estátua de Carlos Drummond de Andrade em Copa e dizer: "Quão pobre poeta tu és, mas quão GENIAL poeta tu és!" e calar-me. Talvez dialogar meia-dúzia de palavras e nada mais.
Mas por hora, publico neste blog Paulo Autran (in memorian forever) recitando 3 poesias de Drummond:
*Quero
*Poeta de sete faces
*José

Para Download clique aqui! ou na imagem.


Post Scriptum: E agora Drummond? E agora Autran? A vida acabou... mas como bon vivants!

Alma Carioca - Site

De fato o site Alma Carioca não é o melhor a se tratar de Rio de Janeiro, nem seja o que é mais atualizado, nem talvez em nenhum quesito que possam me apresentar. Mas gostei dele, partes muito interessantes (encontrei o vídeo abaixo lá), e conteúdo muito legal. Como estou de viagem para o Rio de Janeiro até segunda que vem, deixo um bocadinho do que pretendo curtir lá, apesar que meu destino é mesmo o Enast. Boa viagem a mim e a vocês!

Você vai ver - Tom Jobim

Pequeno vídeo de Tom Jobim, onde ele fala de sua vida, e após ouve-se a música Você Vai Ver - com uma legenda em inglês. Interesting..

8.11.07

AOS 60, BOB DYLAN VAI VIVER DE NOVO - Eduardo Bueno

Eduardo Bueno se encontrou diversas vezes com Bob Dylan, desde Porto Alegre até Budapeste, e o hoje protagonista do quadro 'É Muita História' do Fantástico é um dos poucos no Brasil que podem falar o que pensam sobre Bob Dylan. O cantor e compositor que foi indicado até para o Nobel de Literatura (mas não ganhou), em 2001 assustou o mundo pois alguns jornais afirmaram que ele estaria morto. Naquela ocasião, Eduardo Bueno fez um dos melhores textos sobre Bob Dylan, que transcreverei na íntegra aqui no Barco Bêbado:

AOS 60, BOB DYLAN VAI VIVER DE NOVO

Morto tantas vezes, o homem que dividiu a música em duas ganha homenagens-obituário; está na hora de renascer outra vez

Quarenta anos depois de ter composto sua primeira canção, o que resta para Bob Dylan fazer? Só lhe resta morrer. Bob Dylan já fez tudo o que se poderia esperar dele - e de qualquer artista de seu século. A morte talvez deixe claro - enfim e de uma vez por todas - que Bob Dylan foi o sujeito que fez pela música popular o mesmo que Darwin pela biologia, Einstein pela física, Freud pela psiquiatria. Ele é um divisor de águas, o turning point, um marco, do tipo a.D e d.D (antes de Dylan e depois de Dylan - embora o segundo tempo ainda não tenha se iniciado).

Mas, na verdade, nem a mais radical das possibilidades se apresenta como uma opção viável para Bob Dylan. Primeiro, porque se trata de um sobrevivente nato. Segundo, porque não seria novidade alguma: Bob Dylan já morreu. Várias vezes.

Morreu como cantor folk ''de protesto'' em 1965. Renasceu no mesmo ano como o roqueiro radical de óculos indevassáveis e letras também. Morreu como pop star - depois de um acidente de moto, em 1966 (no dia 17 de julho, se isso significa alguma coisa). Ressurgiu dois anos depois como o novo pai da country music. Morreu como lenda em 1974, voltando à estrada depois de sete anos de retiro rural (e 8 milhões de americanos tentaram comprar ingresso para sua turnê com The Band, registrada no álbum duplo Before the flood). Renasceu como ''lenda viva'' em 1975, com os discos Blood on the tracks e Desire - seus dois maiores sucessos de público até hoje. Morreu como judeu em outubro de 1979.

Renasceu como cristão fundamentalista (no dia 11 de novembro de 1979, quando Jesus Cristo ''apareceu'', ao vivo e a cores, para ele, num quarto de motel de beira de estrada). Morreu como pastor de um rebanho disperso em 1983. Renasceu logo a seguir como homem que continua fugindo da própria sombra e jura por Deus (sabe-se lá qual) que nem lembra da época em que foi cristão.

Por fim, mas com certeza não por último, Bob Dylan morreu, ou quase, em 29 de maio de 1997 - quando um fungo penetrou nos seus pulmões, inchou-lhe o coração e o levou para o hospital, do qual ele achou que só sairia para ''encontrar com Elvis mais cedo que o previsto''. Dylan então renasceu outra vez, lançando o disco que muitos críticos consideraram o melhor daquele ano: Time out of mind - um álbum espectral, premonitório, hipnótico; repleto de sobretons, palavras ásperas e visões fantasmagóricas - e que ele havia gravado antes da doença.

Ao acordar, na quarta-feira passada, 24, Bob Dylan deve ter achado que morrera de novo. Jornais e revistas do mundo inteiro publicaram uma míriade de artigos, entrevistas, fotos e ensaios - você deve ter visto alguns. Por mais devotos, reflexivos ou laudatórios, soavam todos como uma espécie de obituário. Para um sujeito ultra-sensível como ele - interessado em construir a própria lenda sem a ajuda de terceiros -, aqueles textos (alguns esplendorosos, como o de Bono, do U2, e o de Bill Wyman, ex-baixista dos Rolling Stones; outros tolos ou inúteis) talvez tenham sido a pá de cal nos oito ou nove Dylans cuja trajetória ele forjou ao longo de 40 anos de carreira.

A dissecação pública desses nove ou dez Dylans deu-se a propósito dos 60 anos de nascimento de Robert Allen Zimmerman - que veio ao mundo a 24 de maio de 1941, em Hibbing, nos cafundós gelados de Minnesota, no norte dos EUA. De algum modo, porém, Bob Dylan não parece diretamente ligado àquele evento (o de 1941). Muito menos a esse de agora.

Afinal, como todo mundo está cansado de saber, Bob Dylan inventou a si mesmo - desde o rascunho. Evidentemente, não foi o primeiro a ter-se inventado. Mas foi o primeiro a inventar Bob Dylan. Ninguém o inventou melhor antes, nem depois - embora muitos tenham tentado. Neil Young, Roger McGuinn, Bruce Springsteen, Leonard Cohen, Tom Waits, Jim Morrison, Lou Reed, Kurt Cobain, Beck bem que se esforçaram. A inúmeros outros restou apenas rolar como as pedras que rolam à beira do caminho.

Bob Dylan fundiu música e poesia como os beats tinham tentado, mas jamais conseguiram. Bob Dylan cantou a si próprio e ao seu país, como Walt Whitman sugeriu e fez. Pescou a baleia branca e flertou com o negro corvo, navegando com Melville, enlouquecendo com Poe. Dylan deu cor às vogais e regulou o movimentos das consoantes, conforme a cartilha de Rimbaud. Botou a viga pra cima, moçada. Perguntou ao pó e meteu o pé na estrada - e na jaca, e na cova. Bob Dylan também sonhou que era um profeta do Velho Testamento - e acabou pregando no deserto. Bob Dylan encheu a garganta de trovões - quase foi fulminado por eles. Bob Dylan sempre fingiu que é dor a dor que deveras sente.

Elvis liberou o corpo, Dylan liberou a mente. Não foi Dylan quem inventou o rock - ele apenas lhe deu um cérebro. Quando os Beatles e os Stones viraram doidões - with a little help from their friend Bob, aliás -, Dylan foi criar filhos e galinhas, ao lado do celeiro, em Woodstock. Enquanto os Beatles estavam querendo pegar na mão de alguma garota, Dylan já estava saindo do quarto dela, levando os cobertores (e agora?), deixando-a com suas pílulas, sua anfetamina e sua dor, como se ela já fosse mulher feita. Youre a big girl now, baby blue. Enquanto os Rolling Stones estavam flertando com o diabo, numa macumba para turista, Dylan (o demiurgo, o exorcista) estava tentando conjurar demônios interiores - os dele e os nossos.

Quando Jimi Hendrix eletrificou All along the watchtower ao limite do tolerável - e tornou-se um deus - Dylan tocava no porão, sozinho ao violão, como se fosse Robert Johnson. Enquanto o Prodigy inventava o techno, Dylan gravava canções de pretos anônimos dos anos 40, enterrados em covas rasas às margens do Mississippi. Enquanto seu filho, o bonitão Jakob, arrancava suspiros das mocinhas, vestindo um Armani, o velho Bob, de camisolão, suspirava de dor numa cama de hospital. Mas, pouco depois, na mesma noite em que Bob filho levava um Grammy para casa, Bob pai embolsava três. Quando todos os outros estavam indo (enriquecendo, ou sumindo, ou morrendo de pico ou de bala), Bob Dylan estava voltando - embora isso eventualmente o tenha feito andar em círculos.

Bob Dylan sempre foi um sujeito com um violão e um ponto de vista. Ou com uma guitarra e um ponto de vista. Ou com uma banda (a única boa o suficiente para se chamar, simplesmente, The Band) e um novo ponto de vista. Ou uma big band (em 1978, Dylan juntou 17 músicos e pegou a estrada, com todas suas grandes canções com arranjos à Las Vegas) e um outro ponto de vista. Ou, quem sabe, com um violão, uma Bíblia e o seu particularíssimo ponto de vista. Ou ainda com um violão, uma harmônica, uma jaqueta de couro - e, é claro, um ponto de vista estranho, indecifrável mesmo.

Os pontos de vista de Bob Dylan acabaram se tornando um mapa - tortuoso e áspero, labiríntico e eventualmente sem saída, mas, ainda assim, um mapa - para toda a história da música e da cultura pop. Um roteiro sem porto seguro para uma, duas, talvez três gerações. A trilha - não apenas sonora - que ele abriu, e ao longo da qual percorreu todas as estações, manteve seus seguidores permanentemente à beira do abismo. Bob Dylan queimou todas as pontes que o levaram até onde está. And he didnt look back: não tem vocação para virar estátua de sal. Bob Dylan entrou em todas e deu um jeito de sair delas. Esteve em muitas, não ficou em nenhuma. Bob Dylan não está nem aí.

Mas talvez também não esteja mais lá. Vai ver que Bob Dylan já não sabe quem Bob Dylan é. Nem ele nem ninguém.

Depois de 72 discos, 41 biografias e 15 anos de uma paixão obsessiva, resvalando no ridículo, conheci Bob Dylan. Foi em São Paulo, em janeiro de 1990, quando ele veio para o Hollywood Rock. Desde então, encontrei-o várias vezes - em Los Angeles, em Budapeste, em Buenos Aires, em Nova York, em Porto Alegre, em Zagreb, em Bolonha, em Belo Horizonte.

Essa semana, meu telefone ficou rouco de tanto tocar. Gente de todo o tipo disposta a obter de mim informações que Dylan luta para manter recônditas há décadas. Eu não tinha resposta para a maioria das perguntas e, se tivesse, não as daria: o que quer que pudesse dizer com certeza soaria como um vento idiota. The answer, my friend, is blowin in the idiot wind, você sabe.

De todo modo, embora sempre tenha sido uma honra conviver com Dylan, nem sempre foi o máximo. Se a humanidade funciona em AM, suspeito que ele só pegue em FM. Se Van Gogh cortou a orelha ao ser contrariado, Dylan corta a língua - de quem falou. E só com o olho. Se os humores de João Gilberto eventualmente se assemelham aos da Bruxa Má, comparado a Dylan ele é a Branca de Neve. Pobre Bob Dylan: ninguém o ama, ninguém o quer, mas todos os chamam de Baudelaire. Dylan responde à altura e se comporta como o próprio.

Mas esse é apenas um dos muitos Dylans. Já deparei com outros mais potáveis: um deles era tão suave e gentil que parecia ter acabado de compor Love minus zero: No limit. Certa vez, numa varanda no Buda Penta Hotel, de frente para o Danúbio, em Buspaste, Dylan revelava um olhar tão inspiradoramente melancólico que era como se o próprio rio estivesse murmurando a melodia de Buckets of rain. Na maior parte das vezes, o que vi foi um sujeito metade quadro de Braque metade peça de Cocteau, que, mesmo parado, se move em velocidade vertiginosa - livrando-se não apenas dos seis ou sete Dylans que vieram antes, mas deixando para trás também as sombras deles todos - enquanto sua imagem permanece silhuetada em nossas mentes, com um estrondo, com um suspiro.

No dia 24 de maio de 2001, depois de ler seus muitos obituários, Bob Dylan deve ter concluído que está mais vivo do que nunca. Hora de virar a página, de novo.


Eduardo Bueno (27 de maio de 2001)

Eduardo Bueno é jornalista e escritor, autor de Capitães do Brasil e Náufragos, traficantes e degradados


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Post Scriptum: Só não venham me dizer que Bob Dylan é melhor que Donovan.. no máximo empata :p

Dentista na Índia

Interessante site russo que mostra algums fotos de como são os dentistas para a grande parte da população indiana que vive na pobreza (por opção, por casta ou por falta de condições). É interessante por parecer rudimentar a nós, uma coisa meio Tiradentes, mas bem legal até. Quando eu for pra Índia só espero não pegar dor de dente :D Clique aqui ou na imagem.

Joguinho Beethoven's Hair

Este é um joguinho não tão recente mas muito legal! Trata-se do Beethoven's Hair, um joguinho online em que você tem que seguir pistas acerca de um episódio verídico em que um punhado de cabelo de Beethoven teria sido passado de geração em geração. O joguinho é muito bem acabado em termos de design, e serve para aquelas tardes tediosas. Recomendo ;)

Vinyl Revival!

Eis um site muito bom para os amantes do antigo (novo) vinil, é o Vinyl Revival. É em inglês mas é bom porque possui uma enorme (lê-se enorme mesmo) lista de Lps e Vinis de todos os cantos do mundo. Eu sou um fã incondicional dos discos, apesar de minha vitrola ter quebrado :/

6.11.07

Discografia Raul Seixas - Download

MARAVILHA! TODOS OS ARQUIVOS FORAM DELETADOS! Mas em breve espero postar todos eles novamente. Desculpem.

Raul é luar ao contrário, o próprio gostava de comentar. Virei fã de Raul Seixas desde meus 8, 9 anos e de fato foi o primeiro roqueiro que eu admirei, e não parei mais. Ele me levou à Thelema, a Elvis, ao Festival da Canção, e à Sociedade Alternativa. Afinal você pode não estar na Sociedade Alternativa, mas tenha certeza que a Sociedade Alternativa está em você ;)
É uma honra, antes de qualquer coisa, postar a discografia do mestre e rei do rock nacional Raul Seixas.

1968 - Rauzito E Os Panteras - Download
1971 - A Sociedade da Grã Ordem Kavernista Apresenta: Sessão das Dez - Download
1973 - Krig-ha Bandolo - Download
1973 - Os 24 Maiores Sucessos Da Era Do Rock - Download
1974 - Gita - Download
1975 - Novo Aeon - Download
1976 - Há 10 Mil Anos Atrás - Download
1977 - Raul Rock Seixas - Download
1978 - Mata Virgem - Download
1978 - O Dia Em Que A Terra Parou - Download
1979 - Por Quem Os Sinos Dobram - Download
1980 - Abre-te Sésamo - Download
1983 – Raul Seixas - Download
1983 - Raul Vivo - Download
1984 - Metrô Linha 743 - Download
1985 - Let Me Sing My Rock N Roll - Download
1986 - Raul Rock Seixas 2 - Download
1987 - Uah-Bap-Lu-Bap- Lah-Bein-Bum - Download
1988 - A Pedra Do Gênesis - Download
1989 - A Panela Do Diabo - Download
1992 - O Baú Do Raul - Download
1995 - Se O Rádio Não Toca - Download
1998 - Documento - Download
1998 - MPB No JT Ao Vivo - Download


Obs: O Barco Bêbado ficou uns dias em porto seguro mas já voltamos em alto-mar ;)