Raro filme de Noel Rosa e os Tangarás, interpretando "Vamos Falar do Norte". Salve jovem Noel!
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— Essa é uma sujeira que a pessoa passa e se acostuma a ver. Só que ela não percebe que isso é sujeira, que esse preto é fuligem dos carros. Isso ajuda a mostrar que cada vez ela tá passando em um lugar mais poluído sem perceber e que piora a saúde da população inteira — explica Felipe Vincensi.
Depois de esclarecido o mal entendido, o grupo de estudantes foi liberado e continuou a limpeza, com autorização da Brigada Militar.
— Verificamos que não era pichação. Que eles estavam limpando a parede, escrevendo “Por uma Porto Alegre limpa”. Eles foram orientados e vão continuar com esse protesto de limpeza. Eles não estão fazendo um ato de vandalismo — afirmou o sargento Gilberto Luís Vaz.
A mensagem deve continuar na parede até que alguém decida limpá-la ou a fuligem volte a cobrir a escrita.
— A pichação suja a cidade e deixa ela feia. A gente queria mostrar de uma outra maneira que é possível passar uma mensagem para a população — justificou o estudante Eduardo Biermann.
"Não estou com os abolicionistas do direito autoral, mas também não concordo com a criminalização de toda uma geração de internautas", diz Lessig, ex-professor de direito na Universidade de Chicago (onde ficou amigo de Barack Obama, então professor-adjunto), hoje ensinando em Stanford.
Lessig é a figura mais respeitada e conhecida na questão de direitos autorais, graças à sua criação, o Creative Commons (CC), que é um meio-termo na questão do copyright: ele permite aos criadores de uma obra intelectual qualquer compartilhar sua criação com mais liberdade --por exemplo, licenciando a obra para uso gratuito, desde que sem fins lucrativos.
Lessig esteve em São Paulo anteontem para uma palestra intitulada "A Cultura do Remix" --tema de seu próximo livro, que sai no fim deste mês-, no evento Digital Age 2.0, onde conversou com a Folha.
LAWRENCE LESSIG - Nos séculos 19 e 20, ser alfabetizado significava aprender a escrever, unir palavras para expressar idéias. O que vemos neste século é que as palavras são só uma forma de alfabetização e que há outras formas mais atraentes para os nossos filhos, como as imagens.
FOLHA - Os críticos dizem que isso leva a um "emburrecimento".
LESSIG - Não acho que seja verdade. A explosão do acesso [à informação] permite às pessoas terem mais conhecimento. Em 1970, se quisesse saber o histórico dos vice-presidentes dos EUA, teria que ir a uma biblioteca, e apenas uma em cada 10 mil pessoas fazia isso. Hoje, quando alguém quer saber algo, o acesso é instantâneo, mais e mais pessoas têm aprendido.
De resto, mesmo se fosse verdade, e daí? Não vivemos num mundo totalitário onde podemos parar essa forma de cultura e forçar a volta apenas à leitura de livros. Precisamos aprender a viver com isso.
FOLHA - A liberdade da internet costuma ser vista como algo inerente ao sistema. O sr. concorda?
LESSIG - A liberdade da rede é produto de sua arquitetura, de seu código, e esse código pode ser mudado para que as liberdades sejam retiradas. E é do interesse das empresas e dos governos mudar esse design para restringir a liberdade. Por isso, organizações como a FSF (Free Software Foundation), de que já participei, são essenciais para pensar estratégias para evitar essas mudanças.
FOLHA - Como o sr. vê o futuro do Creative Commons?
LESSIG - Meu sonho é que o CC esteja morto em seis anos, que não seja mais necessário porque a legislação de direitos autorais se tornou racional. Mas, enquanto for irracional, mais artistas e criadores devem começar a usar as licenças do CC para ter seus trabalhos livres.
Não significa que todos vão usar, não espero que a Madonna passe a usar o CC tão cedo, mas antes de convencê-la vamos convencer gente suficiente de que o mundo não está dividido entre dois modelos extremistas, Hollywood numa ponta e os piratas na outra. A maioria dos criadores está no meio, espera alguma proteção.
FOLHA - Como o sr. vê iniciativas paralelas ao CC, como as do Radiohead e de Paulo Coelho, que colocaram suas obras de graça na rede?
LESSIG - É importante que tenhamos muitas experiências, mas acho ruim quando esses criadores fazem algo que parece que apóia a liberdade, mas que, quando vemos os detalhes, não funciona assim. O Radiohead é um bom exemplo: lançou concurso para que os fãs criassem remixes das músicas.
Mas, quando você lê a licença, descobre que a [gravadora] Warner fica com todos os direitos sobre os remixes criados.
FOLHA - O sr. tem um bom número de antagonistas. Há algo das críticas com que concorde?
LESSIG - Já aprendi muito com críticos meus, como Jack Valenti, chefe da Motion Picture Association [a associação dos estúdios de cinema], uma das pessoas a quem dediquei meu último livro, "Remix". Nós tivemos ao menos cinco conversas, e havia um tema que lhe era caro: as conseqüências que haveria para a geração de garotos que está crescendo levando a vida fora da lei [no que tange aos direitos autorais]. Achava isso bobagem, mas percebi que estava certo, e meu livro começa dizendo isso, que o grande problema é a criminalização dessa geração. É claro que discordamos quanto à solução: ele defende uma guerra mais eficiente contra nossas crianças, e eu espero que encontremos um sistema em que elas não sejam consideradas piratas.
FOLHA - Que mudanças podemos esperar nessa área, com o próximo presidente dos EUA?
LESSIG - Os EUA têm tantos problemas maiores que não acho que o próximo presidente vá ter tempo para tratar de direitos autorais. Dito isso, e sendo um apoiador de Obama, acho que, se ele vencer, vai levar para o governo uma geração de pessoas sensíveis ao tema.
FOLHA - O sr. seria uma delas?
LESSIG - Não acho que me ofereceriam um cargo e, como acho que eu não ajudaria, também não aceitaria.
FOLHA - O foco nos direitos autorais não deixa para trás um tema mais importante, o da democratização do acesso à rede?
LESSIG - Concordo que essa é uma crítica justa. Mas o que levaria a uma democratização mais rápida da web? No Brasil, há um movimento significativo nessa direção, o projeto Pontos de Cultura, que foi lançado quando [Gilberto] Gil era ministro [da Cultura]. Mas o que as pessoas vão fazer quando se conectarem? Vão querer compartilhar, expandir essa cultura do remix, que está no cerne da cultura tradicional brasileira, para a era digital. O melhor que podemos fazer, então, é criar um ambiente favorável a esse tipo de cultura na internet.
O blog Ebooks Grátis fez esta pesquisa primorosa sobre cartazes comunistas de incentivo à leitura. Os mesmos datam do período da Guerra Civil Russa (1918-1922).
Para tanto foram pesquisados na página da Biblioteca Pública de Nova York (quatro primeiros), assim como neste acervo no Flickr de propagandas da URSS (dois últimos).
O post original encontra-se clicando aqui!, que também faz menção a outros posts do blog Ebooks Grátis, que valem a pena ser visitados.
Sobre os cartazes, é a prova de que é necessário conhecimento e alfabetização do povo para este ter discernimento sobre o que quer politicamente - nem sempre isso foi respeitado na URSS - mas é louvável estas campanhas do início do século, que deveriam servir de exemplo para as de hoje em dia.
Beregi knigu. Ona vernyi tovarishch v pokhode i v mirnom trude. (Cuide de seu livro. Ele é um verdadeiro companheiro, nas batalhas e na paz.) – 1917-1921
Ot mraka k svetu. Ot bitvy k knige. Ot goria k schast’iu – Das trevas à luz, da batalha aos livros, da tristeza à alegria.(1917-1921)
Gramota – put’ k kommunizmu – Alfabetização é o caminnho para o comunismo (1920)
Kniga nichto inoe kak chelovek govoriashchii publichno. (Um livro nada mais é do que uma pessoa falando em público) – 1921
Cartaz para de divulgação da exposição “Livros durante cinco anos”, 1924. Enrada Livre.
O topo do cartaz diz: Um povo que esquece sua história é obrigado a repetí-la. Na capa do livro: História do partido comunista (Bolchevique) – Versão Condensada
BIG BANG BIG BOOM - the new wall-painted animation by BLU from blu on Vimeo.
Sensacional!