30.10.10

"Khronos e Khaos" e "Dias Baldios" no 12º Catavídeo

Os meus curtas-metragens, "Khronos e Khaos" (primeira versão), e "Dias Baldios", estarão no 12º Catavídeo - mostra de vídeos catarinenses. O evento conta nessa edição com 106 obras de diversos locais do estado, e tem sua exibição pública e gratuita na Fundação Cultural BADESC.


Dias Baldios é um vídeo documentário experimental sobre o Festival Psicodália de Ano Novo 2009/2010. Um ponto de vista sobre o evento e minha família psicodálica. A relação da música com o homem e a natureza.

Quando: segunda 01/11, 19hs inicia a sessão.
Onde: Fundação Cultural BADESC - Rua Visconde de Ouro Preto, 216. Centro - Florianópolis/SC



Khronos e Khaos é um vídeo experimental de reflexão da vida atual das metrópoles, em caixas minúsculas a dezenas de metros de altura, meta-cinema de invenção levemente inspirado, e utilizando trecho, no longa de Rogério Sganzerla: "O Signo do Caos".

Quando: quarta 03/11, 19hs inicia a sessão.
Onde: Fundação Cultural BADESC - Rua Visconde de Ouro Preto, 216. Centro -Florianópolis/SC


Mais informações no site do Catavídeo: www.catavideo.org

Apareçam! Obrigado!


25.10.10

"Piada do sofá" dos Simpsons por Banksy



Outro post que está na blogosfera quase como viral, mas que garante seu espaço aqui no nosso Barco. E não é por menos, é obra do genial grafiteiro Banksy. Dessa vez, não utilizou muros nem grafites como de costume, mas criou a "piada do sofá" dos Simpsons (abertura que sempre tem seu final alterada) mais crítica da série televisiva. Oficialmente, a crítica é generalista, a qualquer corporação que utiliza do trabalho muito mal-remunerado - quando não escravo e/ou infantil. Mas fica a lenda que o próprio estava a acusar diretamente à Fox, que supostamente também utilizaria de mão-de-obra terceirizada da Coréia do Sul em boa parte de seus desenhos.

24.10.10

Reflexões de Cristovam Buarque

Diretamente do twitter do senador Cristovam Buarque, duas frases a se refletir e a se concordar:


"Quando o cinema foi inventado, teve gente contra, só o teatro era arte. Hoje tem gente contra o ensino a distância."

"Quando Guttemberg inventou a imprensa, teve gente contra, porque livro tinha que ser à mão. Hoje tem gente contra ebook."


O importante é distribuir conhecimento.

23.10.10

Pai, afasta de mim esse cálice



Que atitude louvável do jornalista Paulo Beringhs. Demonstrando ética profissional, assim como devem já ter visto em outra mídia, pediu demissão ao vivo do Jornal Brasil Central - o qual apresentava. Fez isso denunciando o abuso de poder e censura em que o programa estaria sofrendo por parte de superiores seus dentro do Canal Tv Brasil Central (de Goiás) e da Agecom (Agência Goiana de Comunicação).

20.10.10

Gifs que explicam mecanismos complexos

O título diz tudo. Imagens gif que explicam o movimento de uma série de mecanismos complexos. Apesar de simples, as pequenas animações são muito boas, e me fazem lembrar de uma forma de conhecimento intuitiva e não linear. Afinal quem não fica a fim de mexer em engenhocas após ver estes esquemas? E como diria o blog da onde achei isso, você não verá o esquema da máquina de costurar uma única vez.

Tirei daqui! que por sua vez tirou deste! blog.


Motor radial usado em aviões com hélice

Motor a vapor

Máquina de costura


Engrenagem cruz de malta usado em relógios

Câmbio manual

Junta homocinética - aquela que liga o motor à roda dianteira do carro, permitindo que você ande e vire a roda ao mesmo tempo

Disparo de torpedo naval

Motor rotativo, também chamado de motor Wankel é um tipo de motor de combustão interna cujo design exclusivo converte a pressão em movimento de rotação sem uso de pistões


19.10.10

Helena Ignez e Sinai em Locarno


Alessio Galbiati e Roberto Rippa fizeram este vídeo-documento da passagem e entrevista coletiva de Helena Ignez e Sinai Sganzerla durante o Festival de Locarno. "Luz nas Trevas", filme roteirizado por Rogério Sganzerla e dirigido por Helena, passou durante o festival (e recentemente também no Festival do Rio). Tido como sucessor d'O Bandido da Luz Vermelha, Helena afirma veemente que tentou manter ao máximo o roteiro e estética de Sganzerla. Ambas citam muito o cineasta, que infelizmente não pôde fazer em vida sua obra-final. Espero pela estreia nacional do filme com ansiedade!

Clique aqui! caso queira ir para a página do Vimeo.

18.10.10

DVD via Youtube do Reggae Solidário



O Reggae Solidário foi um festival do gênero realizado na cidade de Maceió, Alagoas, a fim de arrecadar fundos para as vítimas das enchentes no estado. Com a participação das bandas: Adama Roots, Sinergia, Vibrações, República Negra e Resistência.
Além da causa nobre, outro motivo nos faz postar o "DVD". Afinal ele não foi publicado comercialmente, mas numa grande sacada da DG Films, foi literalmente postado no Youtube. Aproveitando dos novos recursos que o Youtube oferece, essa ideia de interatividade é mais real para quem tem banda larga boa, pois cada tópico do "menu" do dvd leva a outra página do youtube, obviamente. Para quem não entendeu como funciona, o melhor meio é testar realmente, acima ou clicando aqui! no link direto para o Youtube. Bela forma de fugir das garras das grandes produtoras e distribuidoras, assim como fazer algo muito mais organizado e chamativo que apenas um vídeo como outro postado na rede. Vale a pena conferir.



17.10.10

Visita a Capela Sistina

Pois é, em tempos de fácil acessibilidade nos meios virtuais, e de preocupação com a preservação de obras-monumentos seculares, esta ideia de fazer uma espécie de Google Street (filmagem em 360º, através de câmeras dodecas) nestes espaços torna-se necessária.
Assim como em Lascaux, o Vaticano disponibiliza em seu site este tour virtual por toda extensão da capela. Lá estão imortalizados nomes como Michelangelo, Botticelli e Raphael.

Clique aqui! para conhecer.

16.10.10

Pão com Manteiga (1976)

Banda paulista dos anos 70, a Pão com Manteiga fez um único disco conceitual e altamente metafísico. Tendo como base acústica o rock progressivo, e base vocal o rock psicodélico, fizeram uma das melhores hibridações dos gêneros de todos os tempos para mim.
O início do disco, altamente medieval - até por conta dos inúmeros personagens da época cantados, como Merlin, Cavaleiro Lancelot, etc - traz uma ilusão de um disco que será estático em canções estranhas de letras aparentemente bobas.
A um ouvinte desatento, obras-primas passam despercebidas, como 'Micróbio do Universo', quarta faixa e que começa a revelar vários quês a mais neste Pão com Manteiga.
A revelação vem com 'Montanha Púrpura', primeira faixa instrumental do disco - maravilhosa! E a partir de então o conceito se estabelece.
A passagem do pensamento místico, medieval para um científico, tecnocrático (ou talvez a grande metáfora do geocentrismo e antropocentrismo) torna-se o objeto do disco, que passa desde viagens intergaláticas à matas encantadas, mas que como toda evolução dá dicas do que virá.
'Cavaleiro Lancelot' parece dizer muito. A faixa que traz no título um personagem mito-histórico faz, a meu ver, uma enorme ponte dos campos abertos em que corria o cavalo de Lancelot, com os foguetes espaciais que irrompiam os céus e tinham chegado a pouco na Lua.

Trecho de Cavaleiro Lancelot:

o corpo metálico
a mente com ácido cítrico
o sangue azul do céu
viajando a trinta mil quilometros por segundo
viajando a trinta mil quilometros por segundo
pra chegar no lugar que está do lado oposto do Sol

'A Feiticeira' queria roubar o amor alheio, '... mas os tempos mudaram, só ela não viu...'. E como posfácio terrível, revela-se o trágico fim dessa sociedade que saiu de tempos metafísicos para outro inorgânico. A fuga do planeta transformou este homem, que viu sua própria inteligência lhe ser fatal - como canta a banda em 'Fugindo do Planeta', penúltima faixa.

E pra encerrar, há de ter um recomeço, uma descoberta, um novo início. E a direção está dada: a 'Virgem de Andrômeda'. Instrumental emocionante.

Lista de Músicas:

01. Mister Drá
02. Merlin
03. Flor Felicidade
04. Micróbio do Universo
05. Montanha Púrpura
06. Multi-Átomos
07. Serzinho sem Medo
08. Cavaleiro Lancelot
09. História do Futuro
10. A Feiticeira
11. Fugindo do Planeta
12. Virgem de Andrômeda

Download aqui!



Post scriptum: repostagem pois o link expirou, agora ele está garantido no nosso 1º Acervo de Downloads.

Love & Theft



Love & Theaf: Hipnótica animação de Andreas Hykade e outros, que surpreende do início ao fim pela inerente lisergia metamórfica de formas e cores que evoluem. Utilizam-se de vários ícones dos desenhos animados, construindo faces que se alteram constantemente, chegando ao amorfismo bizarro. Excelente!

Clique aqui! para ver no Youtube. Descobri o vídeo no Haznos.

Khronos e Khaos


Eis o mito: Khronos e Khaos. Meu curta-metragem, em parceria dos amigos que aparecem.

Sem sinopse, por favor. Apenas assistam. Aos poucos vou publicando minhas obras por aqui.

Trechos do longa de Rogério Sganzerla "O Signo do Caos"

e músicas de Arnaldo Baptista "Cê tá pensando que eu sou lóki?", e de Sérgio Sampaio "Que Loucura".


13.10.10

Cinema Novo - Caetano e Gil



Caetano Veloso e Gilberto Gil em perfomance da música 'Cinema Novo'.

Tropicália Duo, exibido pela TV Bandeirantes, ano 1994.
Gravado no Metropolitan, Rio de Janeiro.

Clique aqui para ver no Youtube.


9.10.10

Manifesto de Rogério Sganzerla

Escrito logo após as filmagens d'O Bandido da Luz Vermelha


1 – Meu filme é um far-west sobre o III Mundo. Isto é, fusão e mixagem de vários gêneros. Fiz um filme-soma; um far-west mas também musical, documentário, policial, comédia (ou chanchada?) e ficção científica. Do documentário, a sinceridade (Rossellini); do policial, a violência (Fuller); da comédia, o ritmo anárquico (Sennett, Keaton); do western, a simplificação brutal dos conflitos (Mann).

2 – O Bandido da Luz Vermelha persegue, ele, a polícia enquanto os tiras fazem reflexões metafísicas, meditando sobre a solidão e a incomunicabilidade. Quando um personagem não pode fazer nada, ele avacalha.

3 – Orson Welles me ensinou a não separar a política do crime.

4 – Jean-Luc Godard me ensinou a filmar tudo pela metade do preço.

5 – Em Glauber Rocha conheci o cinema de guerrilha feito à base de planos gerais.

6 – Fuller foi quem me mostrou como desmontar o cinema tradicional através da montagem.

7 – Cineasta do excesso e do crime, José Mojica Marins me apontou a poesia furiosa dos atores do Brás, das cortinas e ruínas cafajestes e dos seus diálogos aparentemente banais. Mojica e o cinema japonês me ensinaram a saber ser livre e – ao mesmo tempo – acadêmico.

8 – O solitário Murnau me ensinou a amar o plano fixo acima de todos os travellings.

9 – É preciso descobrir o segredo do cinema de Luís poeta e agitador Buñuel, anjo exterminador.

10 – Nunca se esquecendo de Hitchcock, Eisenstein e Nicholas Ray.

11 – Porque o que eu queria mesmo era fazer um filme mágico e cafajeste cujos personagens fossem sublimes e boçais, onde a estupidez – acima de tudo – revelasse as leis secretas da alma e do corpo subdesenvolvido. Quis fazer um painel sobre a sociedade delirante, ameaçada por um criminoso solitário. Quis dar esse salto porque entendi que tinha que filmar o possível e o impossível num país subdesenvolvido. Meus personagens são, todos eles, inutilmente boçais – aliás como 80% do cinema brasileiro; desde a estupidez trágica do Corisco à bobagem de Boca de Ouro, passando por Zé do Caixão e pelos párias de Barravento.

12 – Estou filmando a vida do Bandido da Luz Vermelha como poderia estar contando os milagres de São João Batista, a juventude de Marx ou as aventuras de Chateaubriand. É um bom pretexto para refletir sobre o Brasil da década de 60. Nesse painel, a política e o crime identificam personagens do alto e do baixo mundo.

13 – Tive de fazer cinema fora da lei aqui em São Paulo porque quis dar um esforço total em direção ao filme brasileiro liberador, revolucionário também nas panorâmicas, na câmara fixa e nos cortes secos. O ponto de partida de nossos filmes deve ser a instabilidade do cinema – como também da nossa sociedade, da nossa estética, dos nossos amores e do nosso sono. Por isso, a câmara é indecisa; o som fugidio; os personagens medrosos. Nesse País tudo é possível e por isso o filme pode explodir a qualquer momento.

Rogério Sganzerla

3.10.10

Manifesto do Cinema Cafajeste

por João Callegaro

Cinema cafajeste é cinema de comunicação direta. É o cinema que aproveita a tradição de 50 anos de exibição do "mau" cinema americano, devidamente absorvido pelo espectador e que não se perde em pesquisas estetizantes, elocubrações intelectuais, típicas de uma classe média semi-analfabeta.

É a estética do teatro de revistas, das conversas de salão de barbeiro, das revistinhas pornográficas. É a linguagem do "Notícias Populares", do "Combate Democrático" e das revistinhas "especializadas" (leia-se Carlos Zéfiro). É Oswald de Andrade e Líbero Rípoli Filho; é "Santeiro do Mangue" e "Viúva, Porém Honesta": obras primas.

É cinema tipicamente brasileiro, portanto é o cinema cafajeste paulista, sem bairrismos, porém com uma visão lúcida da fauna paulistana.

Preparem-se cinéfilos frustrados, adoradores dos Cahiers e de Godard, pois o cinema cafajeste já é uma realidade. É o cinema de Rogério Sganzerla, o cinema de Roberto Santos (de "O Grande Momento" e o genial episódio de "As Cariocas"), de Mojica Marins; é o verdadeiro cinema paulista.

E o seu valor será contado em cifras, em borderôs, em semanas de exibição: em público. E os filmes serão geniais.

São Paulo - 1968



João Callegaro e Carmem Montero nas filmagens de ANA, episódio de AS LIBERTINAS. Carmem, que tinha sido aluna de Eugênio Kusnet e Adolfo Celi (teatro), Bassaro Vaccarini (artes plásticas), atuado no Oficina e com Antunes Filho, Augusto Boal e Alberto D´Aversa, entre outros, tornou-se militante da extrema esquerda em 1968, aderindo logo depois à luta armada. Em 1970, a polícia política invadiu os escritórios da Xanadú Produções (na verdade, o apartamento onde morava um dos sócios, Antonio Lima) e confiscou uma cópia de AS LIBERTINAS, na tentativa de identificar a ex-atriz. Lima, com muita esperteza, entregou apenas os dois episódios em que ela não aparecia. Infelizmente, nunca mais ouvimos falar de Carmem Montero.



Post Scriptum: retirado daqui!, um dos blogs do grande Reichenbach.