O índio em sua tribo tem um lugar estável e tranqüilo. É totalmente livre, sem precisar dar satisfações de seus atos a quem quer que seja. Toda estabilidade tribal, toda coesão está assentada num mundo mítico. Que diferença enorme entre as duas humanidades: uma, tranqüila, onde o homem é dono de todos os seus atos; outra, uma sociedade em explosão, onde é preciso um aparato, um sistema repressivo para poder manter a ordem e a paz dentro da sociedade. Se um indivíduo der um grito no centro de São Paulo, uma rádio-patrulha poderá levá-lo preso. Se um índio der um tremendo berro no meio de uma aldeia, ninguém olhará para ele, nem irá perguntar porque ele gritou."
Orlando Villas Boas
(revista Visão, 10/2/75)
(revista Visão, 10/2/75)
Post Scriptum: tive de copiar no mesmo dia do sempre recomendado República de Fiume. Isso porque hoje eu falava com o Diogo, colega de faculdade, sobre o provável exôdo urbano que acontecerá em breve. Onde as pessoas deixaram as cidades sitiadas de câmeras, policiais, violência, trânsito, cimento, etc. para ir viver em pequenos aglomerados, com tecnologia, mas com responsabilidade ambiental e principalmente social. Donde a liberdade dos indíviduos se dê plenamente, e as poucas leis - se necessárias - consentidas por todos. A sociedade indígena não é perfeita, mas é sem dúvidas MUITO melhor do que a nossa atual. O verdadeiro progresso é viver bem e feliz.