14.7.09

Bicicletada - Massa Crítica

Depois de ler o livro do Antônio Olinto Ferreira(vide postagem), e tanto ouvir falar, me interessei por movimentos ciclísticos tanto em grandes cidades, quanto em outras formas de utilização da bicicleta, e de certa forma estou me engajando nestes movimentos. Resolvi me desfazer do meu automotor, um fusca ano 81(é, quase nada poluente) e tirar as teias de aranha da minha bicicleta que ficava mais na garagem do que na pista. Eu não usava nem para lazer, nem para transporte. Fiz curtas viagens apé, e agora minha bicicleta está na oficina, quase pronta para começar a viajar. Em alguns dias postarei o que você precisa de equipamento básico em sua bicicleta para curtas e longas viagens, bem como a utilidade e versatilidade destes equipamentos. Mas vamos ao que interessa.

A Bicicletada é o nome em português para um movimento mundial conhecido como “Massa Crítica” (Critical Mass). Trata-se de uma iniciativa horizontal, sem líderes ou organização formal, um encontro de (re)ocupação das ruas e promoção do uso de transportes não-motorizados.

No Brasil, a Bicicletada acontece mensalmente em Curitiba, São Paulo, Joinville, Florianópolis, Aracaju e Rio de Janeiro. Outras cidades do país (Porto Alegre, Fortaleza e Santo André) têm Bicicletadas esporádicas ou já tiveram encontros de massa crítica no passado. (veja o Cronograma da bicicletada )

A Bicicletada é um movimento mundial que incentiva o uso da saudosa “magrela” como alternativa de transporte de pessoas, sobretudo nos grandes centros urbanos, que enfrentam sérios problemas com o excesso de automóveis em circulação, como a poluição do ar e sonora. Além disso, o movimento pretende discutir o uso respeitoso dos espaços públicos pelos cidadãos.

A Bicicletada, importante frisar, não é uma organização, tampouco é coordenada por instituições. Trata-se puramente de um movimento espontâneo, um evento livre, sem donos, onde qualquer pessoa pode fazer parte. Basta marcar uma data e um horário, juntar algumas pessoas e sair para o rolê. Simples assim.

Chamada em países de língua inglesa “massa crítica” (critical mass), a Bicicletada foi realizada pela primeira vez em 1992 na cidade de São Francisco, Califórnia - Estados Unidos. Na ocasião havia 48 ciclistas. De lá até meados de 93, o evento manteve um crescimento mensal do número de participantes, até ultrapassar a extraordinária marca dos 500 ciclistas por encontro, adquirindo uma grande visibilidade local. Deste ponto em diante, apesar de ignorado pela maioria das autoridades locais, a massa crítica passou a ser replicada em outras cidades dos EUA e em alguns países europeus. Atualmente, é realizada em centenas de localidades, nos quatro cantos do mundo.

A origem do termo “massa crítica”

O termo "massa crítica" é uma alusão a um documentário sobre bicicletas datado de 1992 (em inglês, “Return of Scorcher”, dirigido por Ted White), que descreve uma típica cena dos centros urbanos chineses: ciclistas se acumulando às margens de uma avenida movimentada, impedidos de atravessá-la pela ausência de faróis de trânsito.

Com o tempo, mais e mais ciclistas vão se acumulando até atingirem um grande número, formando assim a massa crítica. Concentrados, eles forçam sua entrada na pista até interromperem o trânsito dos veículos motorizados, atingindo seu objetivo: atravessarem a avenida e serem respeitados, e não simplesmente ignorados.

No Brasil, sob a bandeira de “um carro a menos”, a Bicicletada ocorreu pela primeira vez na cidade de São Paulo (a maior cidade da América Latina, diga-se de passagem), em 2002. Após quatro anos, em 2006, o canteiro central no final da Avenida Paulista, próximo à rua da Consolação, se tornou seu ponto de encontro oficial.

Fato interessante é que tal praça foi batizada pelos integrantes do movimento de “praça do ciclista”. E, em 17 de outubro de 2007, menos de um mês após o Dia Mundial Sem Carro, foi promulgada a Lei municipal nº 14.530, denominando oficialmente o local como "Praça do Ciclista".

Transporte ecologicamente correto

A bicicleta é, sem dúvida nenhuma, um dos meios de transporte mais ecologicamente correto que o homem já inventou. A bike não queima combustível fóssil e, portanto, não contribui para o aquecimento global (a única coisa que ela queima são os pneus da barriga de quem está pedalando); não emite gases que poluem o ar que respiramos; não faz barulho (ou seja, não gera poluição sonora); e ocupa muito pouco espaço no trânsito.

Uma das reivindicações da Bicicletada às autoridades públicas, a propósito, é justamente a criação de um número muito maior de ciclovias, pois uma das dificuldades enfrentadas por quem quer trocar o carro pela magrela é enfrentar o trânsito caótico e sem respeito das cidades

Em breve: Equipamentos básicos para viagens em bicicleta, O problema da Mobilidade Urbana.