Segundo o cineasta, todo o curta foi feito com o MS Paint usando o mouse. Inacreditável quando vê-se uma gama de signos imagéticos dançando caoticamente ao som da maravilhosa música de Edu Lobo, 'Kyrie', o qual eu não conhecia mas me agradou demais.
O curta acredito que se auto-explica - apesar de não usar dos macetes verborrágicos - e é uma homenagem ao curta homônimo de Sergei Eisenstein de 1924 (para ver, esta aqui! é a 1ª parte de 9).
Mas como a primeira coisa que me veio à mente enquanto assistia eram os versos de Baudelaire, que depois pra minha felicidade o Maurício revelou também admirar, deixarei vocês com os versos, e com o filme. Aproveitem!
Clique aqui! para ver o curta no Youtube.
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Ah sim, me lembrei de súbito, leiam (se nunca o fizeram) a frase memorável de Fiódor Dostoievski, que se encontra no extremo inferior desta página. Agora, Baudelaire:
EMBRIAGAI-VOS - Charles Baudelaire
É necessário estar sempre bêbado.
Tudo reduz a isto, eis o único problema.
Para não sentirdes o fardo horrível do tempo,
que vos abate e vos faz pender para a terra,
é preciso que vos embriagueis sem tréguas.
Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude,
como achardes melhor.
Contanto que vos embriagueis.
E, se algumas vezes, sobre os degraus de um palácio,
sobre a verde relva de um fosso,
ou na desolada solidão do vosso quarto,
despertardes com a embriaguez já atenuada ou desaparecida,
perguntai ao vento, à vaga, e a estrela e o pássaro
e o relógio hão de vos responder: É hora da embriaguez!
Para não serdes os martirizados escravos do tempo,
embriagai-vos; embriagai-vos; sem cessar!
De vinho, de poesia, ou de virtude,
como achardes melhor.
É necessário estar sempre bêbado.
Tudo reduz a isto, eis o único problema.
Para não sentirdes o fardo horrível do tempo,
que vos abate e vos faz pender para a terra,
é preciso que vos embriagueis sem tréguas.
Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude,
como achardes melhor.
Contanto que vos embriagueis.
E, se algumas vezes, sobre os degraus de um palácio,
sobre a verde relva de um fosso,
ou na desolada solidão do vosso quarto,
despertardes com a embriaguez já atenuada ou desaparecida,
perguntai ao vento, à vaga, e a estrela e o pássaro
e o relógio hão de vos responder: É hora da embriaguez!
Para não serdes os martirizados escravos do tempo,
embriagai-vos; embriagai-vos; sem cessar!
De vinho, de poesia, ou de virtude,
como achardes melhor.
Post Scriptum: todos, por favor, acompanhados da Carta do Vidente.