"Dei-me sempre com pessoas que têm uma concepção original da vida, que não se deixam levar pelo que lêem nos jornais, sabendo muito bem ler nas entrelinhas. Tais pessoas são felizes. Eu sou feliz. Comigo só trago o bilhete de identidade, ou melhor, o cartão de residente. É o único cartão que trago na carteira, não tenho cartão de crédito nem talão de cheques. A vida é maravilhosa, mas é preciso uma pessoa saber desprender-se de tudo isso que desgraçadamente dá felicidade aos imbecis.
Se o mundo se transformou numa coisa mal-humorada, isso deve-se, sem dúvida, ao fato de agora ser preciso muito dinheiro para viver. A vida é muito simples, mas tudo conspira para a tornar complicada. É quando nos vemos livres da ambição do dinheiro, do orgulho ou do poder que a vida se revela formidável.
Um idiota preguiçoso continua sempre sendo um idiota! E um preguiçoso inteligente é alguém que refletiu acerca do mundo em que vive. Não se trata, pois, de preguiça. É tempo de reflexão. E quanto mais preguiçoso fores, mais tempo tens para refletir. E é por isso que, no oriente, isso se designa por filosofia oriental. A maior parte das pessoas tem tempo. Quanto mais se desce para o sul, mais encontramos profetas, magos, pessoas que refletiram sobre o mundo.
Não fazer nada é uma atividade interior; não é preguiça, é reflexão."